É uma instalação interativa, uma poesia visual e tátil sobre a supervalorização da imagem na sociedade contemporânea. Sobre o culto à autoimagem e a imposição de padrões de beleza. A sociedade moderna impõe seus padrões. Homens, crianças e, especialmente, mulheres têm sua autoestima desafiada por séculos. Hoje essa imposição tornou-se um massacre. Padrões de beleza inatingíveis são impostos pela mídia. O resultado são distúrbios psicológicos, transtornos alimentares, medo…
O culto à autoimagem, autoconhecimento, autopublicidade. Abrir uma tela de computador e ver padrões. Padrões de aparente felicidade, superficial, inatingível. E, e se não houver mais uma autoimagem a ser cultuada? Seríamos livres para sentir, cheirar, tocar, ver? Para viver?
Uma tela repousa sobre uma mesa, refletindo a imagem à sua frente, como um espelho. Dezenas de ventiladores estão dispostos ao redor dela. À medida que o visitante olha, pouco a pouco, os ventiladores sopram de forma orquestrada, um por um, como pequenas vozes. O público sente o vento indo de um lugar para outro em uma cadência programada, e vê sua própria imagem na tela sendo transformada em um pó de pequenos grãos.
Os movimentos desse pó se sincronizam com a dança dos ventos, e nos tornamos poeira, nos vemos e nos sentimos dissolvendo até desaparecer. O vento cessa. Então, não sobra nada. Apenas nós e nosso espelho vazio. Sem nosso próprio reflexo, permanece a pergunta: Seríamos mais livres assim?